As 13 razões pelas quais Ana Júlia perdeu a eleição

Por que, afinal, a governadora Ana Júlia de Vasconcelos Carepa não conseguiu emplacar mais um mandato?

As 13 razões da derrota. No atacado.

1. Ana Júlia revelou-se de uma inexperiência administrativa atroz. Até ser governadora, ela só havia administrado o Sindicato dos Bancários.

2. Nomeou a cabeleireira a esteticista e a performática Senhora Kaveira, como assessoras da Governadoria.

3. Ana Júlia deixou-se ficar algemada, deixou-se cair como refém de um quarteto que também ficou conhecido como núcleo duro do governo. [Puty, Botelho, Marcílio e Maurílio].

4. Ana Júlia desprezou o PT. Não viu mais o partido. Passou a ter olhos apenas para os interesses da Democracia Socialista [DS], a minúscula e inexpressiva tendência petista a que pertence a própria governadora.

5. Ana Júlia não se impôs, quando Puty praticamente exigiu, mediante uma articulação política desastrosa, notabilizar-se como pré-candidato a deputado federal, cargo para o qual acabou se elegendo. Mérito dele, não dela.

6. Ana Júlia foi blindada por Cláudio Puty, o Chefe da Casa Civil. O próprio PT, partido de Ana Júlia, foi uma das vítimas da desarticulação.

7. Articulação política desastrada, conduzida pelo então chefe da Casa Civil, Cláudio Puty, que mandava e desmandava no governo paraense.

8. A nomeação de Everaldo Martins na Casa Civil para assumiu o barco em março deste ano para juntar os cacos e restaurar os vínculos políticos que seu antecessor esfacelara irreversivelmente. Não havia mais tempo.

9. Fraca Comunicação. Não se sabe se nada divulgava porque não sabia como divulgar ou porque obras não havia para serem divulgadas.

10. O governo Ana Júlia não conseguiu se beneficiar do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] a tempo. Até inaugurar uma cozinha industrial no Hangar, Ana Júlia pouco ou nada tinha para mostrar.

11. Enclausuramento e omissão em três escândalos de repercussão nacional: a menor presa e seviciada numa cela de presos em Abaetetuba, mortandande de bebês na Santa Casa e no caso dos kits escolares fajutos.

12. Não adotou critério para as alianças políticas, não passou no crivo os adesistas à sua candidatura. Quem se alia a um Duciomar Costa, o pior prefeito que Belém já teve em toda a sua História, não quer, sinceramente, ganhar uma eleição. E quem se alia a Almir Gabriel se vê forçada a fazer certas revisões históricas que conduzem a vergonhosas, a constrangedoras contradições com trajetórias políticas como as de Sua Excelência a governadora Ana Júlia.

13. E por último, mais não menos importante, Ana Júlia não se reelegeu porque escolheu mal a agência que fez a sua propaganda, a baiana Link, a qual nunca esteve linkada com as peculiaridades de campanhas como as que se desenvolvem no Pará, que são diferentes das que ocorrem na Bahia, ou em Pasárgada ou até no Afeganistão. Essa agência cometeu três erros gravíssimos que influenciaram diretamente na derrota da petista:

1- erro de conceito: explorou mais o tema desenvolvimento do que o social, esquecendo-se que o Pará é muito, e muito, diferente da Bahia;
2- erro de imagem: a imagem de Ana Júlia foi mostrada muito diferente da guerreira, mulher de luta, sintonizada com o povo. Apresenta-se muito produzida, muito arrumada, uma dondoca;
3- erro de não aceitar o confronto: A campanha de Ana Júlia teria errado por se mostrar passiva, lerda, lenta, tardia demais para reagir aos ataques feito à sua pessoa como governante.

Essas são, digamos, as razões no atacado. São 13 razões ao todo. Mas razões outras há, é claro. São, todavia, razões no varejo.

Quanto a essas, os petistas, eles próprios, haverão de desvendar.

Nos próximos dias.
Nas próximas semanas.
Nos próximos meses.
Nos próximos anos.

Nota: O poster acima foi enviado [via email] pelo nosso colaborador anônimo.
[Adaptado do blog Espaço Aberto]