A Informação Passada a Limpo

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Os desafios da Copa do Mundo no Brasil

Os bons ventos que sopram em direção das economias emergentes, sobretudo do grupo de países denominados de BRICs [Brasil, Rússia, Índia e China] tem modificado as relações econômicas e geopolíticas internacionais, abrindo espaço para que esses países tenham uma importância cada vez maior no cenário mundial.

Alavancados pelo forte e duradouro crescimento de suas economias esses e outros países emergentes ganham força e se mostram para o mundo inteiro, sediando reuniões políticas, conferencias e principalmente eventos esportivos como os jogos olímpicos e a copa do mundo de futebol. É uma oportunidade ímpar de o mundo voltar seus olhos para os países organizadores, haja vista que recebem centenas de países e são vistos por milhões de telespectadores ao redor do mundo.

Para nossa alegria, o Brasil sediará dois mega eventos esportivos, A Copa Do Mundo [2014] e As Olimpíadas [2016]. Será uma oportunidade de ouro para o mundo conhecer o Brasil, a nossa cultura, o nosso povo, nossas belezas turísticas... Milhões de pessoas virão acompanhar esses eventos e conhecer o nosso país. Por isso a responsabilidade é enorme, pois queremos que tenham uma boa imagem do Brasil para levar para seus países de origem.

Do ponto de vista econômico, será um grande impulso para certos setores da nossa economia [turismo, hotelaria, construção civil, bares, restaurantes...] que dobrarão seus lucros, aproveitando-se do grande fluxo de turistas que despejarão milhares de dólares em nossa economia, gerando milhares de empregos para os brasileiros.

Para que esses eventos ocorram de maneira positiva é necessário que o país esteja preparado para recebê-los e possa mobilizar esforços, juntamente com a sociedade civil, para atender os exigentes e refinados gostos dos turistas estrangeiros, a maioria representados por norte-americanos, japoneses e europeus que possuem muito dinheiro para gastar, mas exigem serviços de primeira linha.

Além de modernos estádios, centros de treinamentos, ginásios e piscinas olímpicas, faz-se necessário a construção de modernos aeroportos, terminais de passageiros, construção e duplicação de rodovias e vias de acesso, transporte coletivo amplo e eficiente, investimentos em segurança pública de qualidade e outros que possam assegurar o bem-estar das pessoas e dos atletas que participarão das competições.

Um evento desse tipo só se torna um sucesso quando a responsabilidade e o planejamento do governo e comitê organizador passam a atuar com anos de antecedência para dá tempo para corrigir as eventuais falhas e problemas que acontecem. Não dá para fazer e organizar uma olimpíada ou uma copa do mundo em cima da hora, sob o risco do fracasso e da vergonha nacional.

Em relação aos últimos países que organizaram esses eventos, ainda estamos na estaca zero. Pouco ou quase nada foi feito até agora. Por isso a FIFA [Federação Internacional de Futebol] e o COI [Comitê Olímpico internacional] já vêem com desconfiança os projetos e as ações postas em prática pelo Brasil. Tudo responde a uma lógica e aos interesses políticos e seus jogos de interesses. Porém não é aceitável, como se supõe que esses eventos sejam usados pelos corruptos de plantão para desviar milhões, aproveitando-se do caráter de urgência que torna as licitações um jogo de “cartas marcadas” superfaturando obras e serviços, desviando recursos públicos á base das já conhecidas propinas alimentando novamente o bolso dos políticos e causando prejuízo ao povo brasileiro que já não agüenta tanta roubalheira.

Queremos que a copa do mundo e as olimpíadas sejam uma oportunidade para melhorar as condições de vida do povo brasileiro, um momento em a gente possa ter orgulho da nossa criatividade e competência, um momento do Brasil mostrar ao mundo que pode ser um país dinâmico, mais socialmente justo com seu povo e bonito por natureza, um lindo retrato para ser mostrado para o mundo inteiro.

Jorge Daniel
[Professor, geógrafo e especialista em Gestão Ambiental]

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