A Informação Passada a Limpo

A Informação Passada a Limpo

A redoma quebrou-se

Recebi [via email] e publico mais um excelente artigo da lavra do nosso colaborador [funcionário público que por motivos óbvios, prefere o anonimato]. Texto inligente e lúcido, porém instigante como o prórpio autor:

Após a decisão da Câmara Municipal de Santa Luzia do Pará afastar o prefeito Louro do comando administrativo do município, a pergunta que não quer calar é: se os petistas não conseguirem uma liminar que o reintegre ao cargo até segunda-feira, como será? Quais serão as decisões adotadas pelo vice, Zaqueu para situar-se sobre a gestão? Quais serão os seus auxiliares diretos? Quem será o seu articulador político? Terá, ou não, pulso para conduzir os destinos do povo luziense? Ou será mais um predestinado a sofrer as armadilhas que o cargo impõe ao perder o remo e ficar à deriva, deixando alguém, quem quer seja [filho, mulher ou amigo] dar as cartas?

As perguntas ora tecidas deveriam, via de regra, serem feitas ao Louro, quando assumiu legalmente via urnas as rédeas do segundo mandato, pois, ao longo desses quase três anos, havia muito cacique pra pouco índio. E não e era na aldeia dos Tembés!

Dir-se-ia nas zonas urbana e rural que o prefeito de direito era o Louro. Realmente o era, mas o prefeito de fato mesmo [e isto é o que vale] era o filho, Gedson, que mandava e desmandava, dava as cartas, exonerava, contratava, autorizava, executava e, em nome dos vereadores da base aliada, até legislava. Como postou acertadamente um blogueiro, Gedson mantinha o pai numa redoma de cristal, totalmente alheio às informações relativas ao seu provável afastamento, sob a desculpa de que, como filho [desnaturado], não abandonaria jamais o pai [ou deveríamos dizer o poder do pai?].

A essa altura do campeonato, no fervor das ações, as emoções e a empolgação são naturais. Mas tal qual as miragens num deserto, elas também são enganosas. Sabemos que a justiça brasileira tem os seus desleixos, as suas incongruências, e, os desembargadores, o seu preço, principalmente para concederem liminares-relâmpagos e, principalmente, ainda, nos finais-de-semana, e, principalmente, ainda, para retorno de prefeito ao cargo.

Sejamos realistas! Embora reconheçamos a autonomia da câmara, temos que ter a visão realista de que o prefeito que foi afastado ontem, pode retornar hoje e o que foi empossado ontem, pode nem ficar por dois dias seguidos.

Em todo caso, a redoma de cristal foi quebrada, o secretariado e os comissionados foram exonerados e os temporários ficam na corda bamba. Em todo caso, a gestão está, pelo menos temporariamente, em outras mãos. Dependendo do andamento das ações do, até hoje, novo prefeito, do seu secretariado, dos seus diretores, poderemos ter uma noção concreta de que realmente mudamos para melhor. Reitero a assertiva de que, para que isto ocorra, os nobres edis deem ao mandatário-mor condições para que este exerça o seu mandato de forma tranqüila, sem pressões.

Em todo caso, dependerá, única e exclusivamente, do pulso e da equipe que o novo prefeito tiver para que conduza com sabedoria o seu mandato e não corra o risco de ficar refém do parlamento-mirim e/ou de quaisquer outros tipos de aproveitadores que, num caso como esse, aparecem aos milhares, todos armados com bajulações. E haja bajulações!!

De um colaborador.

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