A Informação Passada a Limpo

A Informação Passada a Limpo

Sem educação não somos verdadeiramente independentes

Comemoramos essa data [semana da pátria] naturalmente, com um sentimento patriótico e orgulho de pertencermos á Pátria-Mãe, um país que é gigante pela própria natureza onde vive um povo maravilhoso, trabalhador e criativo. De uma cultura extraordinária que se manifesta de forma diferente entre as várias regiões que o compõe.

Motivos não nos faltam para comemorar essa data, mas há também a certeza que podemos mais, que ainda não construímos a nação dos nossos sonhos. Infelizmente ainda estamos de certa forma, presos a uma mentalidade colonial que insiste em manter as mazelas da sociedade que exclui milhares de brasileiros da cidadania de fato.

Não há dúvidas que houve avanços nos últimos anos, mas a fome, a miséria, a violência, o analfabetismo, o desemprego, a baixa qualificação do trabalhador, a dependência tecnológica em relação aos grandes centros econômicos e financeiros... São alguns fatores que nos alertam para a necessidade de revermos o nosso projeto de nação, se é que ele existe! Exemplos para copiar não nos falta. A Coréia do Sul há poucas décadas estava em situação análoga à do Brasil e hoje é um dos países que se sobressaem quando o assunto é educação, tecnologia e competitividade, palavras que há muito tempo já ocupou o lugar dos discursos e das ideologias em virtude de apresentar resultados práticos aos países que estão inseridos no ambiente competitivo da globalização.

Nas últimas décadas o Brasil fez um grande esforço para garantir a universalização do ensino, redefinindo os papéis entre os entes federativos [união, estados e municípios] e, sobretudo melhorando a distribuição de recursos entre eles. Com isso os recursos para a educação multiplicaram-se e a educação básica começou a ter importância maior, permitindo que os municípios ampliassem a oferta de vagas, a construção de escolas e a melhoria, mesmo que irrisória, dos salários dos professores, porém não houve uma preocupação com a transparência e prestação de contas do uso dos recursos e na maioria dos casos, o Fundeb passou a ser desviado em benefício de poucos e prejuízos de muitos.

A evasão escolar é uma tônica, principalmente nas séries iniciais e no EJA [Educação de Jovens e Adultos], comprometendo o rendimento dos alunos, sendo ao lado das salas lotadas e dos baixos salários pagos ao professor, um dos principais fatores que explicam os péssimos resultados do IDEB [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica], colocando o país em condições de igualdade com as nações africanas. Para mudarmos esse quadro, é preciso que a educação seja um compromisso de todos! Do país que sabe que não há independência sem educação. Sem a qual também não há nação forte e desenvolvida. Como pais e mães devemos zelar pela educação de nossos filhos. Vê-la como a maior herança que devemos deixar aos nossos descendentes, uma condição indispensável para que eles caminhem, no futuro com as próprias pernas.

Na condição de educadores temos que ter compromisso com o nosso trabalho, mesmo que ele seja árduo e muitas vezes não valorizado. Temos que ver a educação como um sacerdócio e em função disso devemos atentar para o fato de que somos formadores [colaboradores] de valores fundamentais a uma sociedade que deseja superar seus desafios e encontrar os caminhos da prosperidade e da justiça social.

Jorge Daniel
[Professor, geógrafo e especialista em Educação Ambiental]

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