A Informação Passada a Limpo

A Informação Passada a Limpo

Luziense é destaque no Estadão por ser o primeiro a chegar à fila do Rock In Rio

Do Estadão

Biólogo já está há uma semana em frente aos portões que dão acesso à Cidade do Rock


Por Roberta Pennafort - O Estado de S.Paulo
13 Setembro 2017 | 18:02 hs

RIO - Biólogo e técnico de enfermagem, o paraense Jeová Silva, de 41 anos, se considera a pessoa mais famosa de sua cidade, a pequena Santa Luzia do Pará, no nordeste do estado e a 200 quilômetros de Belém. A notoriedade se deve à sua paixão pelo Rock in Rio. Desde 2001 ele vai ao festival, que aprendeu a amar ainda menino, pelas transmissões televisivas. Em todas as edições, Silva acampa em frente à Cidade do Rock, sempre com o objetivo de estar o mais perto possível do palco principal. Dessa vez, chegou uma semana antes da abertura dos portões, e instalou sua bandeira preta, com o nome das atrações preferidas bordados, numa das grades de proteção do terreno.

Como ainda não tem concorrência, Silva está hospedado numa colônia de pescadores da Barra da Tijuca, e passa apenas parte do dia marcando seu primeiro lugar na fila. Planeja montar sua barraca só amanhã, véspera do primeiro dia de shows, quando mais gente deve chegar. Como companhia, espera amigos que fez em sua estreia no festival, há seis anos. Eles mantêm contato pelas redes sociais. "Acho que sou o maior fã do Rock in Rio no Pará. Todo mundo lá me acha maluco, mas eles também queriam vir, só não têm dinheiro e coragem", brinca.

A aventura carioca está lhe custando R$ 8 mil, dinheiro que estava guardado para reformar sua casa. Só com ingressos para seis dias de festival - o descanso será dia 17 - gastou R$ 2.888. Silva trabalha num hospital e só tira férias em setembro, mês do Rock in Rio. O planejamento dura dois anos: acaba uma edição, ele já começa a pensar na próxima.

Este ano, sua grande expectativa é rever o Guns N' Roses e o Red Hot Chili Peppers, aos quais já assistiu no mesmo festival, e curtir também The Offspring, Def Leppard, Bon Jovi, Maroon 5 e Tears for Fears. "Sou eclético", justifica Silva, que vai usar a sexta-feira, dia pop que tem como atração principal a cantora Lady Gaga, que o interessa menos, para explorar a Cidade do Rock.

Na terça, 12, ele já pôde conhecer as novas instalações, no Parque Olímpico, abertas a convidados pela organização. Achou "estupendas". Passou 5h30 brincando nos brinquedos, passeando e tirando fotos. "Coloquei mais de cem no Facebook. O Rock in Rio é único. Quando os portões se abrem e eu ouço a música-tema ["se a vida começasse agora..."], qualquer problema da vida acaba na hora, vem a adrenalina. As pessoas deveriam tirar o chapéu para o Roberto Medina [idealizador do festival]. Trouxe uma camiseta com a bandeira do Pará que queria dar de presente para ele".

Para o paraense, só tem graça ver show colado à grade, mesmo que isso signifique ficar praticamente sem poder se mover por doze horas. A alimentação ele leva numa bolsa - sanduíche e biscoitos. Para beber, conta com a água distribuída em galões gratuitamente. "Xixi a gente faz nos infláveis em formato de martelo dados pela produção. Nunca passei mal", gaba-se.

Sol de meio-dia na cabeça, o técnico de enfermagem diz não se importar com o calor que enfrenta em frente à Cidade do Rock. "No Pará faz mais calor, e o vento também é quente; aqui a brisa é fresca", explica Silva. Ele conta que destoa de seus conterrâneos no gosto musical. "Lá as pessoas ouvem só brega e forró. Sou roqueiro. Comecei a ouvir criança e me apaixonei pelo Guns N' Roses. Em 2001, quando o Rock in Rio voltou, eu queria ter vindo, mas minha mulher estava grávida e não deixou. Em 2011, adiei a compra de um carro para custear a viagem. Na próxima quero trazer meu filho".

2 comentários:

JEOLÚCIFER disse...

Absurdo isso. Há palavras aí que não falei como por exemplo dizer que o pessoal da minha cidade não tem dinheiro pra vim...ou dizer que vou ao evento desde 2001... era pra ser 2011. O RNR voltou em 2011. Eu não me acho o mais famoso da cidade Pode?

JEOLÚCIFER disse...

Bom dia. Vim através deste pronunciamento fazer um esclarecimento sobre a matéria do ESTADÃO que foi feita com a minha pessoa. Em primeiro lugar quero dizer que não foram essas as palavras que usei para me referir as pessoas do PARÁ pois respeito muito a minha capital. Moro em Santa Luzia do Pará e de lá sou um grande fã do evento Rock in Rio sim. A reportagem deu a entender que sou Rico o que não é verdade e em momento algum falei que o pessoal não vem porque não tem dinheiro. Todo mundo pode vim ao Rock in Rio basta se planejar. Eu tenho esse valor pra gastar mais ele está embutido em compra de ingresso. Confecção de bandeiras. Passagem de avião. Taxi. Brt. Entre outros gastos de hospedagem pois não tô aqui de graça como foi falado. Quanto a comida tô comendo muito bem. Bebendo bem e não esperando nada de graça como a reportagem fala. Sou louco por Rock sim mais respeito também os gostos culturais diferentes do meu. Peço desculpas se alguém do Estado e da minha querida Santa Luzia do Pará esteja achando que quero ser o tal não eu apenas quero me divertir e representar minha cidade como sempre faço. Fui vítima do sensacionalismo desses irresponsáveis. Desde já agradeço a compreensão de todos e se puder compartilhem esse desabafo pra que essas pessoas sejam ignoradas por estarem falando asneiras.

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