A Informação Passada a Limpo

A Informação Passada a Limpo

Enquanto isso em Bragança, o boi já começou a "avuar"...


Em se tratando de política tudo pode acontecer, até mesmo "boi avuar" - parafraseando o ex-deputado Gerson Peres, velha raposa da política paraense. A arte de fazer política está acima de qualquer corrente ideológica ou coloração partidária, é antes de mais nada mera convergência de interesses, pragmatismo. Assim sendo, não é de ruborizar até mesmo quem entenda minimamente das "mumunhas" e mutretas de bastidores quando surgem alguns alinhamentos partidários às vésperas de pleitos eleitorais entre siglas de filosofias diametralmente opostas, dentro do velho espectro de esquerda e direita.

No cenário nacional, PSDB e PMDB - principal consórcio partidário responsável pela queda de Dilma Rousseff e ascensão de Michel Temer ao olimpo do poder - denominados de "direita" por setores políticos e até mesmo por parte da mídia, são os arqui-inimigos dos esquerdistas, especialmente PT e PC do B. Porém, Brasil a fora, especialmente nos mais longínquos rincões eleitorais, essa regra não se aplica.

Em Bragança, principal base política do velho e sábio Gerson Peres, o boi já está "avuando" há algum tempo. Por conta das eleições municipais de outubro, algumas esquisitices estão acontecendo na Pérola do Caeté. Cidade universitária, com boa parcela do eleitorado bem esclarecida, Bragança converteu-se nas últimas décadas do século XX e início dos anos 2000 em um frutífero feudo das esquerdas no nordeste paraense onde o discurso de siglas ligadas aos movimentos sociais, estudantis e sindicais, alinhadas com o grande poder da igreja na cidade encontrou eco e se contrapôs à força política dos velhos coronéis remanescentes do período colonial, da cidade quatrocentona que ainda preserva, além do seu casario histórico, grande influência no cenário político paraense.

Retornando ao panorama político-eleitoral de Bragança, o cenário é o seguinte: PT e PC do B, aliados de todas as horas e grandes defensores do esquerdismo brasileiro resolveram trilhar caminhos diferentes com o PT integrando a coligação do PMDB, que tem como candidato o ex-prefeito Edson Oliveira, cujas contas do exercício do mandato anterior foram rejeitadas pela câmara, e o PC do B, inacreditavelmente, no colo do PSDB do Governador Simão Jatene que banca a candidatura do empresário tucano Raimundo Oliveira, popularmente conhecido como Raimundão, estreante na política que tem grandes chances de chegar à prefeitura.

Como se ver, os políticos profissionais estão mais preocupados com o êxito pessoal e de seus projetos do que com as orientações partidárias que move, ou pelo menos deveria mover, os interesses coletivos das agremiações que representam.

Nenhum comentário:

Tecnologia do Blogger.