A Informação Passada a Limpo

A Informação Passada a Limpo

Municípios paraenses contemplados com médicos cubanos do programa "Mais Médicos"

O título da postagem me instigou a confeccionar a presente opinião, respaldado pela importância que o tema está levantando na classe médica brasileira, enciumados por essa medida que, a priori, tem várias vertentes de interpretação, todas analisadas pelo prisma de quem dela absorve os benefícios ou malefícios. Enfocarei o lado da maioria, do usuário dos serviços de saúde, dos que clamam por melhorias urgentes na profilaxia, no tratamento das doenças e na humanização dos atendimentos por parte dos médicos brasileiros em suas diversas especialidades. E, para não distanciar muito o leitor desse noticioso de sua realidade, referir-me-ei especificamente à "Terra Querida", onde a verdade “nua e crua” é deveras redundante, crônica e, diagnosticamente, insolúvel até o momento desta análise.

Ao tramitar pela área da saúde ao longo de mais de cinco anos no município querido, pude presenciar o quanto é exaustivo [pra não dizer quase impossível] encontrar médicos verdadeiramente médicos, em todas as especialidades, principalmente clínicos gerais. Dos apresentáveis, nem 1% prioriza o ser humano como “matéria-prima” do seu salário, nem 1% demonstra amor à profissão e 99% utiliza a desculpa de que passou muito tempo estudando, pagando caro pra vestir um “avental branco e que, agora, tem que, a todo custo e de todas as formas imagináveis, reaver o “tempo perdido”, plagiando Renato Russo. E essas formas se materializam rotineiramente, quer seja no corre-corre de um município pra outro, quer seja olhando na cara do paciente e fazendo papel de macumbeiro [querendo adivinhar a doença sem os exames preliminares, principalmente os laboratoriais, pois estes demoram dias para serem concluídos], quer seja no diálogo [muitas vezes, áspero] com o paciente e demais servidores, impossibilitando o relacionamento humano, e por aí vai, cujo resultado final não é outro se não a completa precarização dos serviços de saúde.

O médico, nesse caso, é tido como o pilar de um complexo sistema viciado, ou seja, depende dele a “cura” dos males, mesmo porque, na apresentação e pré-contratação, o discurso é bem salutar, com proposta e contraproposta coerentes e realizáveis [de serviços e financeira a contento]. Quando o começa a valer o vínculo propriamente dito, a única coisa que não muda é o valor inicialmente acordado e depositado na conta corrente do médico, pois a prestação dos serviços é jogada ao léu.

Sabemos que dinheiro é bom, muito bom, principalmente no nosso bolso. Acredito que dinheiro seria ótimo se realmente, ao final de nossos meses, restassem ainda alguns trocados para suprir as nossas necessidades de consumidor. Ótimo também seria se, ao deitarmos, pudéssemos refletir se estamos ganhando esse dinheiro de forma “merecedora”, se realmente fazemos jus a ele, seja ganhando um salário de trabalhador [R$ 678,00], de doutor-médico [R$ 10.000,00] ou de político [ine$tipulável e dentro da legalidade].

Nos idos do ano 2000 e tal, um cidadão luziense se formou em medicina, recebendo mensalmente uma “ajuda” do governo municipal. Recém-formado, com diploma na mão, foi “convidado pela secretária de saúde da época, a trabalhar em um PSF da "Terra Querida", ao que, INFORMADO de que o salário bruto seria de R$ 6.000,00 e R$ 4.500,00 líquidos, o mesmo ficou INcomFORMADO e recusou, pois sua proposta se aproximava dos R$ 10.000,00. Ou seja, esqueceu de ajudar quem o ajudou, procurando outras plagas mais rentáveis.

Atualmente, e por estar fora da área da saúde, não sei quantos e quem são os médicos que estão no quadro funcional da municipalidade, mas tenho a plena convicção de que esses também estão a favor do argumento contrário à contratação dos médicos estrangeiros para exercer a profissão no Brasil. Pode ser que, com essa medida paliativa, muitos deles resolvam realmente melhorar a prestação de seus serviços, revertendo, um pouco, o quadro crítico em que se encontra a área da saúde pública luziense, não diferente da brasileira. Não sei se o secretário de saúde credenciou Santa Luzia no programa do governo federal, mas se não o fez, deveria fazê-lo, já que nunca tivemos um médico residente no município. E, se o fez, flexibiliza o discurso com a classe médica, muitas vezes irredutível no fator financeiro, dado às altas cifras que são cobradas pelos pretensos candidatos.

Edson Martins
[Funcionário Público Municipal]

N.E.: O artigo acima foi enviado ao blog via email e transcrito na íntegra, porém o conteúdo é de total responsabilidade do autor e reflete unicamente sua opinião, não tendo nenhuma relação com a posição do signatário desta página sobre o tema em debate.

6 comentários:

Anônimo disse...

CONCORDO COM A OPINIÃO DO NOSSO AMIGO, A SAUDE HOJE ESTA MUITO MELHOR DO QUE ANTES GRAÇAS AO NOSSO PREFEITO, NO TEMPO DO PT TINHA MUITA FACATRUA, ROUBALHERA DA BRABA PORISSO NAO TINHA MEDICO NEM REMEDIO PRO POVO. E DALHE ADAMOR.

Anônimo disse...

Vc só esqueceu de comentar que são médicos de péssima qualidade e enfermeiras inesperientes,inguinorantes e sem menor respeito com a população como uma tal de Kamila que a secretaria insiste em manter no municipio,sem esquecer da coordenadora de vigilância que também e outra péssima profissional.Portanto caro colega procure saber de fato pra poder então puxar o saco.

AMIGO disse...

Edsom,a SAÚDE nunca esteve tão péssima em nosso municipio,são médicos e enfermeiros de fazer nojo que gostam de humilhar a população,se esquecer de um tal secretario que vem duas vezes na semana no municipio e recebe aproximadamente 10 mil reais.Por aí vc tira como anda as coisas por aqui.

Anônimo disse...

Inaugurar uma UBS e não ter profissionais qualificados para trabalhar é mesmo que nada.A saúde vai pro buraco mesmo junto com o prefeito.

Anônimo disse...

Não colega o secretario não escreveu o municipio no programa do governo.Infelizmente!!

Anônimo disse...

Nem salario nem PASEP o negocio ta pegando na terra falida.

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