A Informação Passada a Limpo

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8 de outubro - dia do nordestino...

Quando fala-se em nordestino a primeira imagem que vem à cabeça das pessoas é a do flagelado fugindo da seca. Mero estereótipo, o nordestino é muito mais que isso, como dizia Euclides da Cunha: "O nordestino é, antes de tudo, um forte".
Apesar das adversidade, o nordestino conserva seus costumes, tradições e história, através do artesanato, da música e principalmente da religiosidade. É visível seu apego às coisas da sua terra. Quem nunca viu um nordestino não gostar do "Padim Ciço", de São Francisco do Canindé, das músicas de Luís Gonzaga ou da buchada de bode? Ele jamais esquece onde nasceu. Às vezes, devido às adversidades do tempo ou a situações econômicas desfavoráveis, são obrigados a emigrar para outras regiões do país. Mas sempre que podem e as condições de vida mudam, voltam para os seus familiares e amigos e para a "terrinha querida".
Posso dizer isso com toda firmeza, pois também sou nordestino e filho de nordestinos. Amo Santa Luzia de coração, mas também amo o nordeste igualmente.
Para homenagear esse povo guerreiro, transcrevo o poema "Cabra da Peste" de autoria do cearense Patativa do Assaré, o poeta matuto.
Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas nunca esmorece, procura vencê,
Da terra adorada, que a bela cabôca
Com riso na bôca zomba no sofrê.
I
Não nego meu sangue, não nego meu nome,
Olho para fome e pergunto: o que há?
Eu sou brasilêro fio do Nordeste,
Sou Cabra da Peste, sou do Ceará.
II
Tem muita beleza minha boa terra,
Derne o vale à serra, da serra ao sertão.
Por ela eu me acabo, dou a prope vida,
É terra querida do meu coração.
III
Meu berço adorado tem bravo vaquêro
E tem jangadêro que domina o má.
Eu sou brasilêro fio do Nordeste,
Sou Cabra da Peste fio do Ceará.
IV
Ceará valente que foi muito franco
Ao guerrêro branco Soares Moreno,
Terra estremecida, terra predileta
Do grande poeta Juvená Galeno.
V
Sou dos verde mare da cô da esperança,
Qui as água balança pra lá e pra cá.
Eu sou brasilêro fio do Nordeste,
Sou Cabra da Peste, sou do Ceará.
VI
Ninguém me desmente, pois, é com certeza
Quem qué vê beleza vem ao Cariri,
Minha terra amada pissui mais ainda,
A muié mais linda que tem o Brasi.
VII
Terra da jandaia, berço de Iracema,
Dona do poema de Zé de Alencá
Eu sou brasilêro fio do Nordeste,
Sou Cabra da Peste, sou do Ceará.

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