Raul Santos - Perfil Cidadão
José Raul de Souza Santos nascido em Ourém, em 24 de dezembro de 1945, num momento em que o planeta Terra ainda contabilizava os números da Segunda Guerra Mundial, mas que naquele natal brindava a esperança do nascimento de um mundo melhor. Filho unigênito do casal Raul e e Euzarina Santos, "Raulzinho" nascia sob a influência positivista, apesar de ter perdido o pai quando ainda estava no ventre de "tia Sinhá", como era conhecida sua genitora na pequena cidade de Ourém.
Foi uma infância pobre, dividindo com os tios da família Souza, os pequenos cômodos da humilde casinha de barro dos avós maternos Augusto e Palmyra. Lá também, pelos mesmos motivos de orfandade estava Sanchinha, sua prima mais velha, que anos mais tarde se tornaria professora e freira, e que se transformaria na sua guia e orientadora por toda sua caminhada terrena.
Seus primeiros passos na escola motivou a religiosa a levá-lo consigo para a cidade de Bragança, onde foi interno do Instituto Santa Terezinha. Lá passou pela experiência da comunicação, sendo um dos pioneiros da Rádio Educadora de Bragança, como locutor ao lado de Cláudio Guimarães, conhecido radialista esportivo do Pará.
Nos anos 60, seguiu para Belém para continuar os estudos e também aprendeu paralelamente a lidar no ramo de farmacêutico, se revelando um prático enfermeiro, com mãos de seda, na antiga "Farmácia Tesouro", de seu tio italiano, Antonio Albério, construtor da igreja matriz de Nossa Senhora da Conceição, em Ourém e também da vila de Igarapé Açu.
Em 1969, a convite da prima e diretora do Ginásio Estadual "Pe. Ângelo Moretti", Irmã Sancha Augusta, volta para Ourém, desta feita para exercer o magistério, de maneira jamais vista em nossa região. Seu carisma como professor jamais foi igualado, e as disciplinas que ministrou, como Matemática, Desenho, Fundamentos da Educação entre outras, eram absorvidas pelos alunos com gosto de "quero-mais". Parecia uma partida de futebol em que a torcida não queria que acabasse. Seu senso de humor e extrema facilidade de explicar com sua voz grave e agradável davam essa sensação aos alunos, que hoje se sentem privilegiados de terem aprendido com o grande mestre.
Na década de 70, também lecionou em Capitão Poço, no Ginásio Estadual "Carlos de Azevedo" e na Escola Estadual "Pe. Vitaliano Maria Vari", provocando esse mesma impressão nos capitão pocenses daquela geração, que até hoje relembram com admiração o grande educador.
Em 1982, por influência de lideranças políticas da época, cometeu o maior dos pecados contra sua própria pessoa, aceitando ser candidato a prefeito de sua cidade natal pela sub-legenda do PMDB, colocado ali como segunda opção, apenas para reforçar a votação do seu xará residente na então vila de Santa Luzia que também concorria a prefeito pelo mesmo partido Raul Mota. Mas para quem tem conhecimento político de verdade, sabe que voto de uma liderança sempre será voto de uma liderança, é intransferível, e Raul Mota, durante as apurações daquele pleito, dormiu uma noite eleito, para ver no dia seguinte a mais espetacular virada eleitoral do seu amigo Raul Santos. O professor fora carregado literalmente nos braços dos seus alunos até o paço municipal, governando de 1983 a 1989, por longos seis anos o então gigantesco Município de Ourém, que ainda englobava os municípios de Santa Luzia do Pará, Garrafão do Norte e Nova Esperança do Piriá. Governou com o coração, e isto lhe custou muito caro, num processo desgastante, cheio de aproveitamentos e perseguições, que lhe presentearam uma diabetes que o levou a morte precocemente em 03 de setembro de 1995, antes que completasse 50 anos de vida.
A região entrou em comoção, porém já era tarde. Do político ficaram as grandes obras, principalmente na educação e na cultura onde estão suas maiores marcas sem contar no seu grande trabalho que dotou o município de excelente infra-estrutura em todos os setores. Foi-se o grande homem, professor por excelência e o político dono de umas das melhores oratórias dos palanques paraenses. Mas sua grande proeza mesmo foi sem dúvida alguma, nunca ter abandonado a sala de aula, nem quando exercia o mandato de prefeito e até mesmo durante a via-sacra de sua infermidade. Ainda foi diretor da maior escola de Ourém, o tradicional Ginásio Estadual "Pe. Ângelo Moretti".
Este ano o "Professor Raul" será homenageado no jubileu do "Festival da Canção Ouremense", o maior festival de música regional do Pará, criado pelo então prefeito Raul Santos no ano de 1983, que este ano completará 25 anos.
Saudades Professor Raul.
Por: Arlindo Matos
Colunista do Jornal "Informativo Popular" de Capitão Poço - PA
Foi uma infância pobre, dividindo com os tios da família Souza, os pequenos cômodos da humilde casinha de barro dos avós maternos Augusto e Palmyra. Lá também, pelos mesmos motivos de orfandade estava Sanchinha, sua prima mais velha, que anos mais tarde se tornaria professora e freira, e que se transformaria na sua guia e orientadora por toda sua caminhada terrena.
Seus primeiros passos na escola motivou a religiosa a levá-lo consigo para a cidade de Bragança, onde foi interno do Instituto Santa Terezinha. Lá passou pela experiência da comunicação, sendo um dos pioneiros da Rádio Educadora de Bragança, como locutor ao lado de Cláudio Guimarães, conhecido radialista esportivo do Pará.
Nos anos 60, seguiu para Belém para continuar os estudos e também aprendeu paralelamente a lidar no ramo de farmacêutico, se revelando um prático enfermeiro, com mãos de seda, na antiga "Farmácia Tesouro", de seu tio italiano, Antonio Albério, construtor da igreja matriz de Nossa Senhora da Conceição, em Ourém e também da vila de Igarapé Açu.
Em 1969, a convite da prima e diretora do Ginásio Estadual "Pe. Ângelo Moretti", Irmã Sancha Augusta, volta para Ourém, desta feita para exercer o magistério, de maneira jamais vista em nossa região. Seu carisma como professor jamais foi igualado, e as disciplinas que ministrou, como Matemática, Desenho, Fundamentos da Educação entre outras, eram absorvidas pelos alunos com gosto de "quero-mais". Parecia uma partida de futebol em que a torcida não queria que acabasse. Seu senso de humor e extrema facilidade de explicar com sua voz grave e agradável davam essa sensação aos alunos, que hoje se sentem privilegiados de terem aprendido com o grande mestre.
Na década de 70, também lecionou em Capitão Poço, no Ginásio Estadual "Carlos de Azevedo" e na Escola Estadual "Pe. Vitaliano Maria Vari", provocando esse mesma impressão nos capitão pocenses daquela geração, que até hoje relembram com admiração o grande educador.
Em 1982, por influência de lideranças políticas da época, cometeu o maior dos pecados contra sua própria pessoa, aceitando ser candidato a prefeito de sua cidade natal pela sub-legenda do PMDB, colocado ali como segunda opção, apenas para reforçar a votação do seu xará residente na então vila de Santa Luzia que também concorria a prefeito pelo mesmo partido Raul Mota. Mas para quem tem conhecimento político de verdade, sabe que voto de uma liderança sempre será voto de uma liderança, é intransferível, e Raul Mota, durante as apurações daquele pleito, dormiu uma noite eleito, para ver no dia seguinte a mais espetacular virada eleitoral do seu amigo Raul Santos. O professor fora carregado literalmente nos braços dos seus alunos até o paço municipal, governando de 1983 a 1989, por longos seis anos o então gigantesco Município de Ourém, que ainda englobava os municípios de Santa Luzia do Pará, Garrafão do Norte e Nova Esperança do Piriá. Governou com o coração, e isto lhe custou muito caro, num processo desgastante, cheio de aproveitamentos e perseguições, que lhe presentearam uma diabetes que o levou a morte precocemente em 03 de setembro de 1995, antes que completasse 50 anos de vida.
A região entrou em comoção, porém já era tarde. Do político ficaram as grandes obras, principalmente na educação e na cultura onde estão suas maiores marcas sem contar no seu grande trabalho que dotou o município de excelente infra-estrutura em todos os setores. Foi-se o grande homem, professor por excelência e o político dono de umas das melhores oratórias dos palanques paraenses. Mas sua grande proeza mesmo foi sem dúvida alguma, nunca ter abandonado a sala de aula, nem quando exercia o mandato de prefeito e até mesmo durante a via-sacra de sua infermidade. Ainda foi diretor da maior escola de Ourém, o tradicional Ginásio Estadual "Pe. Ângelo Moretti".
Este ano o "Professor Raul" será homenageado no jubileu do "Festival da Canção Ouremense", o maior festival de música regional do Pará, criado pelo então prefeito Raul Santos no ano de 1983, que este ano completará 25 anos.
Saudades Professor Raul.
Por: Arlindo Matos
Colunista do Jornal "Informativo Popular" de Capitão Poço - PA
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