A Informação Passada a Limpo

A Informação Passada a Limpo

Defesa furada

O PT não se emenda mesmo. Depois que o senador Mário Couto [PSDB] falou da "forma petista de governar" de Ana Júlia, na tribuna do Senado Federal, onde fora atacado pela também petista senadora de Rondônia, Fátima Cleide, em defesa da governadora, o deputado Carlos Bordalo [PT/PA] usa a tribuna da Alepa para defender Ana Júlia. Até aí tudo bem, mas o interessante é a forma como ele começa sua defesa:

"Hoje, Exas., venho a esta tribuna, não apenas como deputado, mas como brasileiro e paraense indignado e envergonhado com o lamaçal e a baixaria que tomou conta do Senado brasileiro. Indignado fiquei com palavras do senador Collor, que apenas lembram as razões por que este senhor foi apeado da presidência da república"...

Ele se sente envergonhado por Collor, depois de tudo, ocupar uma vaga no senado, mas o "nobre deputado" esquece que o mesmo Collor que o envergonha, integra a base do governo Lula, do seu partido, que o recebeu secretamente em seu gabinete semana passada depois da defesa veemente do senador alagoano em favor de Sarney, que é um dos principais interlocutores de Lula juntamente com Renan, senador que dispensa apresentações.

Portanto, se o deputado se sente envergonhado por ele [Collor] está no senado, então deveria sentir mais vergonha ainde do Lula que tem Collor como aliado. Deveria sentir vergonha do Lula por defender firmemente Sarney, mergulhado na maior onda de escândalo do Senado.

Na mesma defesa, o deputado petista ataca o PSDB, usando como exemplo a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, mas não cita os escândalos que envolveram Ana Júlia nesses três anos de governo.

Somente para refrescar a memórias dos mais desatentos transcrevo logo abaixo uma matéria da revista política mais conceituada do país, Veja, publicada em dezembro de 2007, no final do primeiro ano do governo Ana Júlia. E olha que nessa época ainda nem se pensava nos kits escolares e nos conflitos de terras, no sul do Pará, exibidos em rede nacional:


Uma pororoca de escândalos

"Catorze novos governadores assumiram o cargo em 2007. Muitos ganharam o noticiário nacional ao implementar boas medidas administrativas. A governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, foi uma das que mais marcaram presença na imprensa. Mas por outros motivos. Não houve um mês sequer em que ela não figurasse em algum escândalo – de maior ou menor magnitude.

Ao tomar posse, ela empregou os irmãos e um primo no governo. Flagrada, teve de demiti-los. Depois, nomeou sua cabeleireira como assessora. Ana Júlia usou um jatinho do estado para ir à formatura do filho em Minas Gerais. Descansou na Semana Santa com os assessores mais chegados na casa de praia do governo e pagou diárias de trabalho para todo mundo.

Incansável, beneficiou seu namorado, presidente do aeroclube do Pará, com um contrato de 3,7 milhões de reais para treinamento de pilotos de helicóptero. Gastaria três vezes menos se treinasse todos em São Paulo. Suas estripulias deveriam ficar apenas no folclore que tanto preza – a governadora adora saracotear ao som do carimbó. Mas, em novembro, o país estarrecido tomou conhecimento de que as coisas no seu estado andam piores do que se imaginava.

Descobriu-se que uma menina de 15 anos havia sido presa com trinta homens em uma delegacia do interior. Durante 24 dias, ela foi estuprada e torturada. Depois que o caso veio à tona, soube-se que, no Pará, tão comum quanto o carimbó é prender menores e trancafiar mulheres junto com homens.

Enquanto Ana Júlia requebra, os paraenses dançam em mais de um sentido."

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