Ana Júlia perdeu para ela mesma?

O governo Ana Júlia chega ao fim da mesma maneira que começou, somente na expectativa e sem nenhuma realização que possa marca-lo. Durante os 4 anos em que esteve à frente do executivo estadual, essa senhora adestrada nos sindicatos e sem nenhum preparo político, passou despercebida, pela sua atuação opaca que não deixará saudades nem mesmo para os companheiros.

O governo petista, eleito com grande apoio popular, foi marcado pela inapetência de uma figura incapaz de conduzir seus próprios destinos. Ana Júlia será lembrada pelo folclore político como aquela que sentou na cadeira mas nunca governou, e o que é pior, protagonizou o mais pífio dos governos desse estado.

A grande marca desse governo que ora se encerra, sem dúvida nenhuma, serão os escândalos envolvendo os kits escolares, as mortes na Santa Casa e a inércia da governadora que diante de algumas situações que exigiram a imposição da sua figura, como o caso da menor presa em uma cela com vários homens, ela preferiu a omissão.

A verdade é que Ana Júlia se isolou num casulo relegando ao segundo plano as forças políticas que a conduziram ao cargo, deixando o governo nas mão dos soberbos da DS, Putty, Marcílio e Maurílio Monteiro, que governaram em seu nome. O seu grande erro, por que essa trindade não respeitou acordos, não honrrou compromissos e atropelou aliados causando um grande mau está na suposta base governista, que se esfacelou em pouco tempo dando espaço para a oposição e a fisiologia do G-8.

A derrota de Ana Júlia era eminente, cristalina. Sem serviços para mostrar, ela se apropriou do Bolsa-Família e de obras do Governo Federal, mas isso não foi suficiente para pavimentar sua desgastada caminhada à reeleição, que mesmo azeitada com a máquina administrativa levou-lhe ao insucesso.

A melancolia que cerca o triste fim desse governo nada mais é do que o seu próprio reflexo.