Bragança viveu nesta sexta-feira [26] um dos momentos mais marcantes da tradição religiosa e cultural da cidade: o encerramento da 227ª Marujada de São Benedito. Considerada uma das manifestações religiosas mais antigas do estado, a celebração reuniu mais de 170 mil pessoas pelas ruas históricas da cidade, com seus elegantes casarões coloniais, em uma programação que une fé, cultura e identidade bragantina.
O ponto alto da festa foi a tradicional procissão, com marujos e marujas trajados de vermelho e branco, portando chapéus coloridos, que percorreu as ruas do centro histórico até o Teatro Museu da Marujada, na orla do rio Caeté. O rito marca o encerramento da festividade e mantém viva uma herança iniciada por escravos no final do século XVIII.
Realizada sempre no dia 26 de dezembro, a Marujada vai além de uma celebração religiosa. Ela movimenta a economia local, impulsiona o turismo, valoriza a gastronomia regional e fortalece os laços culturais entre gerações. Missas, novenas, ladainhas e cortejos integram a programação, evidenciando a devoção a São Benedito e a riqueza das tradições populares da região.
A festa também atrai moradores de municípios vizinhos, como Santa Luzia do Pará. A cada ano, um número crescente de luzienses prestigia o evento, reforçando a fé e a conexão histórica com Bragança. Com o recente asfaltamento da PA-112, conhecida como rodovia da Montenegro, o trajeto entre as duas cidades ficou mais rápido e seguro, incentivando ainda mais a participação de visitantes.
Para os bragantinos e devotos de São Benedito, a Marujada é mais do que uma tradição: é um símbolo de resistência cultural e de profunda religiosidade que se renova a cada ano.
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