À César o que é de César...

Ultimamente algumas cabeças coroadas da administração municipal têm gastado o seu tempo em criticar a vereadora Lúcia Machado [PT], decana da Câmara Municipal, que de repente tornou-se "persona non grata" entre os timoneiros do governo petista.

A atitude da vereadora em exigir o seu quinhão nesse governo que ela mais do que ninguém ajudou a conquistar, é mais do que legítima. Por que foi a Lúcia quem carregou a petesada nas costas por anos à fio, principalmente, depois das sucessivas derrotas sofridas pelo apedeuta era ela que ressurgia na linha de frente articulando a militância, agregando valores ao partido e fazendo o trabalho formiguinha nos sindicatos, associações e cooperativas, tradicionalmente, o seu feudo político.

Por consequência disso estava mais do que na hora dela exigir sua contrapartida: como é do conhecimento de todos, desde a conquista do poder que um seleto grupo de "companheiros" se isolou na gerência do município, digo dos recursos públicos, relegando os demais, inclusive a vereadora e seu grupo, ao ostracismo. E mais, a Lúcia como presidente do legislativo e parte integrante da base de sustentação do governo tem a "prerrogativa republicana" de negociar seu espaço na administração direta em nome da "governabilidade", prática corriqueira em todas as esferas de poder.

Portanto, os que hoje choram e acusam a vereadora de traição estão apenas colhendo o que plantaram ao longo desses quase oito anos de domínio petista, tempo de usufruto das benesses do poder por parte daqueles poucos que se constituíram na nova elite política e financeira do município patrocinados pelos recursos desviados dos cofres da prefeitura. Então, dá espaço à vereadora Lúcia Machado no governo contrariou os donatários do poder, mas na prática isso significa dá à César o que é de César, por obra e merecimento.