Helder criará a Secretaria Estadual de Povos Originários
O cenário desolador de desnutrição, especialmente entre crianças, que atinge os Yanomamis, em Roraima, que acabou motivando a ida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para Boa Vista, no último sábado, 21, gerando grande comoção nacional, foi determinante para que o governador do Pará, Helder Barbalho anunciasse em suas redes sociais no último domingo [22], a criação de uma pasta que atenda os indígenas que estão em solo paraense.
Twittou o governador:
Toda a minha solidariedade ao povo Yanomami, em Roraima, que está vivendo uma grave crise humanitária. Pensando na melhor forma de atender às demandas indígenas, vamos criar a Secretaria de Povos Originários do Pará que terá, de forma inédita, um títular indígena.
— Helder Barbalho (@helderbarbalho) January 22, 2023
Dados desatualizados [2016] da FEPIPA - Federação dos Povos Indígenas do Pará, apontaram que o estado do Pará apresenta uma das maiores diversidades étnicas do país com mais de 55 etnias e aproximadamente 60 mil indígenas, falantes de três dezenas de idiomas dos troncos linguísticos. Os povos indígenas ocupam mais de 25% do território paraense e estão distribuídos em torno de 77 terras indígenas, em 52 municípios.
Eles vivem atualmente em diferentes contextos:
I - Comunidades e povos indígenas vivendo nas 52 cidades, inclusive na capital Belém, e não recebem nenhum benefício social do Estado como indígenas;
II - Povos e comunidades vivendo nas áreas próximas as cidades, seus territórios, quando ainda os possuem, estão cercados por fazenda e colonos, perdendo a diversidade de produtos e dificilmente conseguem conjugar atividades básicas de agricultura e coleta;
III - Povos e comunidades com seus territórios afastados dos centros urbanos seguem articulando a agricultura, coleta e outras atividades com base no uso sustentável dos recursos naturais. Esses povos, atualmente, enfrentam os grandes interesses de madeireiros, mineradores, hidrelétricas e outros grandes empreendimentos;
IV - Povos e comunidades não contatados [autônomos ou em isolamento voluntário], que deveriam ser protegidos através das garantias do acesso e conservação dos recursos naturais, dos quais dependem suas vidas.
Cada povo ou comunidade indígena do Pará têm suas organizações próprias, sua forma de viver e de decidir sobre ela, seja através de organizações de representações jurídicas ou não, as mais comuns de organizações estão nos modelos de associações comunitárias, associações de produtores, grupos, cooperativas, conselhos e outras formas de organização indígenas, tradicionais e não tradicionais.
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