A Informação Passada a Limpo

A Informação Passada a Limpo

Mulher morre em conflito entre invasores e indígenas da etnia Tembé da reserva Alto Rio Guamá

Uma mulher morreu em um conflito entre indígenas e invasores dentro da Terra Indígena Alto Rio Guamá onde ficam localizadas as aldeias da etnia Tembé. Um caminhão e um trator foram incendiados, depois que várias toras de madeira foram encontradas pelos indígenas dentro da reserva, localizada nos municípios de Santa Luzia do Pará e Capitão Poço.

De acordo com a Fepipa - Federação dos Povos Indígenas do Pará, a mulher estava acompanhando um homem em um barco na noite de segunda-feira [13], quando foram abordado por cerca de 30 indígenas da etnia Tembé-Tenetehara, que fazem a proteção do território. Ao perceberem que o piloto estava com uma espingarda, houve confusão e tiros foram disparados, atingindo a mulher que morreu no local.

O MPF - Ministério Público Federal, disse que está atuando para evitar o conflito na região e solicitou atuação da Polícia Federal e o MPPA - Ministério Público do Estado do Pará, também pediu que a Polícia Militar fosse acionada e que a Polícia Civil investigue a morte.

O caso ocorreu por volta das 19 h, quando guerreiros Tembé receberam informações de invasão de madeireiros, que entraram na floresta fechada a 12 km da Vila do Cristal, na fronteira do município de Viseu, às margens do rio Piriá.

Em nota, o povo Tembé disse que trata-se de "área indígena, devidamente homologada e demarcada, que vem sofrendo invasões há décadas" e que "a luta do povo Tembé foi, fundamentalmente, uma briga para manter seu território longe de invasões".

Ainda segundo os indígenas, a Funai - Fundação Nacional do Iíndio, estabeleceu desde junho um grupo de trabalho para implementar o Plano Operacional de Extrusão na área, mas os indígenas "vem buscando por conta própria alternativas de proteção do território e das vidas".

"Esperamos que os poderes públicos, das esferas federal, estadual e municipal, cumpram o seu papel e estejam de perto acompanhando e tocando esta situação de forma justa", afirmam os indígenas, em nota.

A Polícia Civil disse que registrou o homicídio e que, segundo as primeiras informações, a morte foi ocasionada por tiro de arma de fogo e a remoção do corpo foi solicitada ao IML - Instituto Médico Legal.

A PM foi acionada para manutenção da ordem na área, e também a Polícia Federal, já que o crime teria sido praticado dentro de território da União. A PF e a Funai ainda não se manifestaram sobre o caso.

Conflitos

Na terra indígena Alto Rio Guamá, que abrange 279 mil hectares dos municípios Garrafão do Norte, Santa Luzia do Pará, Nova Esperança do Piriá e Paragominas, vivem aproximadamente 1.425 indígenas dos povos Guajá, Ka'apor e Tembé, de acordo com o Isa - Instituto Socioambiental.

Tornada oficial desde 1945, a reserva teve processo de regularização iniciada nos anos 70 quando se intensificaram os processos de invasões por empresários, fazendeiros e posseiros.

A demarcação do território foi homologada pelo governo federal em 1993 e um dos principais problemas da região é o intenso roubo de madeira a partir de 2011, ocasionando uma série de protestos e confrontos diretos com madeireiros.

Com informações do portal de notícias G1-Pará

Nenhum comentário:

Tecnologia do Blogger.