Operação da PF mira garimpo ilegal em Cachoeira do Piriá, no Pará, e em Centro Novo, no Maranhão nesta quarta-feira

A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira, 15, a "Operação Curimã", com objetivo de desarticular garimpos ilegais de ouro na região dos município de Centro Novo - localizado às margens do rio Gurupi, no estado do maranhão e na divisa com o Pará - e Cachoeira do Piriá, município paraense que integra a região do Alto Rio Gurupi.

Participam das ações 130 policiais federais que deram cumprimento a 19 mandados de busca e apreensão, além de 5 mandados de prisão preventiva, nos estados do Maranhão e do Pará, expedidos pela 8ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado do Maranhão, em decorrência de representação da Polícia Federal.

Durante as investigações foi apurado que se trata de uma organização criminosa armada com grande poderio econômico e político e com atuação na região de Centro Novo/MA há pelo menos três anos e há mais de quatro décadas em Cachoeira do Piriá. Os investigados foram os responsáveis pelo desmatamento ilegal de mais de 60 mil hectares de áreas para abertura de garimpos de ouro, sem qualquer autorização dos órgãos competentes.

Além dos crimes já apontados, foi verificado que esses garimpos utilizam cianeto de forma massiva para extração do ouro, além do uso de mercúrio, componente químico muito perigoso que oferece riscos à saúde não apenas dos garimpeiros, mas também de toda a população que mora nesses locais devido ao alto teor de contaminação do solo e dos recursos hídricos, bem como a grande poluição ambiental, inclusive, do rio Maracaçumé que integra a bacia do rio Gurupi.

Sob este aspecto, sabe-se que o cianeto pode atacar o cérebro e provocar tremores, delírios e alucinações. Também pode provocar parada cardíaca e a vítima desse tipo de envenenamento pode morrer por asfixia ou por falência múltipla dos órgãos, oferecendo assim grande perigo para população local exposta a este tipo de substância.

Os investigados - inclusive o prefeito de Centro Novo, Júnior Garimpeiro [PP] apontado pela policia como um dos líderes da organização criminosa - responderão pelos crimes previstos no Art. 2º, da Lei 8.176/91 [usurpação de bens da União], no art. 54, §2º, V [poluição ambiental], c/c art. 55 [mineração ilegal], ambos da Lei nº 9.605/98, art. 14, da Lei 10.826/2003 [porte ilegal de arma de fogo], bem como o art. 2º, §2º, da Lei nº 13.850/2013 [integrar organização criminosa], cujas penas máximas somadas ultrapassam mais de 20 anos.

Com informações dos sites G1-Marnhão e do Ministério da Justiça e da Segurança Pública