A Informação Passada a Limpo

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Jader virou saco de pancadas de O Liberal

Desde a semana passada que o jornal O Liberal vem publicando, diariamente, reportagens sobre a vida pregressa de Jader Barbalho, o cacique-mor do PMDB paroara e caso de polícia há 25 anos.

O editorial da edição de hoje bate mais uma vez, sem dó nem piedade, em Jader Barbalho. Veja:


Barbalhidades” e impunidades.

A corrupção é banal no Brasil. A impunidade, idem. Corruptos, no Brasil, costumam cantar de galo. Mas ninguém é obrigado a se acostumar com a corrupção, com a impunidade e com corruptos que insistem em cantar de galo. Ninguém é obrigado a aceitar a impunidade como favas contadas, apenas porque os corruptos que refocilam no dinheiro público se valem do amparo de mandatos eletivos para escapar às garras da Justiça.

O dossiê que O LIBERAL publicou ontem, sobre as barbalhidades do maior corrupto que o Pará já produziu em toda a sua história, tem o mérito de sintetizar, em 12 páginas, um pouco do despudor de um personagem que, de tanto cultivar a imoralidade na vida pública, já nem se dá conta mais de que é corrupto.

As barbalhidades reunidas em 12 páginas rendem assunto, todavia, para escrever um livro. Aliás, essas barbalhidades, se detalhadas, se esmiuçadas, se expostas na devida equivalência daquilo que a roubalheira protagonizada pelo notório ladravaz representa em termos de prejuízos para o erário, caberiam apenas em uma enciclopédia. Só assim seriam acolhidos todos os esquemas de dilapidação de dinheiro público que essa ratazana vem promovendo, no Pará e além de suas divisas, nos últimos 25 anos.

As barbalhidades registradas num caderno de 12 páginas têm um sentido pedagógico: o de permitir às novas gerações - que ainda nem eram nascidas quando uma quadrilha começou a barbalhizar, a roubar e a enriquecer ilicitamente - que comecem a despertar para a necessidade impostergável de cobrar dos seus representantes a observância de princípios éticos aceitáveis no exercício de cargos para os quais foram eleitos.

As novas gerações precisam conhecer o ladrão cuja radiografia foi mostrada, com todas as letras, com todos os fatos, com todos os detalhes - sem retoques e sem rodeios -, em 12 páginas.

As novas gerações precisam desenvolver um sentido de autodefesa contra corruptos como o radiografado no dossiê prenhe e pleno de barbalhidades de toda ordem. As novas gerações precisam aprender a ver em homens públicos que barbalhizam o erário espécimes que representam o retrocesso, o atraso, a pedra no caminho para a superação de carências sociais, eis que subtraem do Poder Público os meios financeiros que poderiam atender a demandas urgentes

As novas gerações precisam conhecer melhor que o personagem central do dossiê publicado ontem é o mesmo que, tendo se acostumado tanto com a impunidade, se acha no direito de continuar roubando e de ainda espernear quando outros revelam suas falcatruas.

As novas gerações precisam saber, quando folheiam as páginas de um jornal diariamente corrompido, quando sintonizam uma emissora de TV corrompida - a Rede de Corrupção da Amazônia - e quando sintonizam as ondas de emissoras de rádio igualmente corrompidas, que todo esse patrimônio foi adquirido com o dinheiro dele - o leitor, o telespectador, o ouvinte.

As novas gerações precisam se dar conta de que o corrupto compulsivo, que em três décadas passou da condição de parlamentar inexpressivo para a condição de ladravaz que associou seu nome à corrupção, completa 25 anos de impunidade, muito embora seja réu interestadual.

As novas gerações precisam tomar conhecimento de que não se deve usar de meias palavras para tratar os ladrões. Padre Batista Campos, intrépido jornalista e um dos personagens centrais que ajudaram a animar os ideais cabanos, nos períodos que antecederam a revolução que incendiou o Pará no século XIX, fez constar no alto de seu jornal, “O Paraense”, o dístico seguinte: “De circunlóquios nada sei. / O caso conto como o caso foi. / Na minha frase de constante lei, / O patife é patife; o boi é boi.” É isso, sem meias palavras: o patife é patife, o boi é boi, o ladrão é ladrão. Há 25 anos na impunidade.

Fonte: O Liberal

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