A Informação Passada a Limpo

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Juventude ameaçada pelas drogas

Falar sobre as drogas na vida dos jovens não é uma tarefa fácil, pois exige que a gente [pais, educadores, escola e até autoridades] tenha uma noção mais aproximada possível da realidade em que se encontra o jovem em nosso país e em nossa cidade.

Talvez por causa da falta de oportunidades de acesso ao emprego, á cultura, ao esporte e ao lazer, as drogas têm uma capacidade incrível de penetrar na vida dos jovens, crianças e adolescentes. Eles buscam nelas um “espírito aventureiro” para vidas que muitas vezes parece sem graça e sem sentido. Em geral, os jovens não têm a compreensão exata de limites e quase sempre acham que um cigarro de maconha, uma cheirada na cocaína ou uma pedra de crack é só mais uma forma inocente e despretenciosa de obter de obter um prazer, mesmo que momentâneo.

A porta de entrada para o mundo das drogas parece inofensiva e até divertida, regrada a fortes emoções que lhe induzem á ir mais longe atrás de novos desafios que você naturalmente aceita, pois imagina estar no comando. Algum tempo depois vem o lado sombrio e tortuoso em que percebe que está completamente viciado e precisa de mais drogas pra continuar tendas as mesmas sensações de antes.

Aí você percebe que não está no comando de suas próprias ações. Essa é a parte mais perigosa, pois em alguns casos, o jovem precisa entrar no “submundo do crime” para obter o baseado que tanto deseja. É um caminho, na maioria das vezes, sem volta, uma vez que pra financiar seu vício o jovem realiza pequenos roubos, assaltos e presta serviços aos traficantes para os quais está devendo na “boca de fumo”.

É muito comum nessa fase sumir objetos da casas dos pais e os jovens viciados adotarem comportamentos agressivos e violentos quando contrariados. Estão sempre na “balada”, chegam de madrugada e passam o dia todo dormindo para novamente repetir o ciclo no dia seguinte.
Como os pais não foram educados para entender o comportamento dos filhos e sim para impor regras que nestes casos não servem para nada é comum que não percebam as mudanças no cotidiano de seus filhos. Quando percebem, muitas vezes, já é tarde e os filhos já estão viciados e envolvidos no crime. Nestes casos o vício deve ser encarado como um problema de saúde pública que exige cuidados médicos, atenção e carinho da família.

Sem dúvida nenhuma é sob a influência das drogas que muitos jovens e adolescentes praticam atos insanos como assaltos, homicídios, estupros, latrocínios e outros delitos que muito mal faz a si e a própria sociedade.

Antes, nós de santa Luzia, sabíamos disso porque assistíamos pela televisão ou líamos nos jornais. Hoje infelizmente essa realidade já está muito presente em nossa cidade onde o tráfico de drogas já têm seus tentáculos em diversas “bocas de fumo” espalhadas pela periferia, escondidas sob o olhar complacente e permissivo de nossas autoridades e da polícia.

Não por acaso, nos últimos anos têm aumentado os índices de violência em nosso município o que nos deixa apavorados diante de uma realidade para a qual não estávamos acostumados. A Violência se manifesta no cotidiano de forma disfarçada e aparentemente sem vinculação com o mundo das drogas, pois trata-se de crimes comuns que ocorrem de forma banal, porém causam muita dor e sofrimentos para as vítimas e seus familiares.

Jorge Daniel
[Professor, geógrafo especialista em Educação Ambiental]

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