A Informação Passada a Limpo

A Informação Passada a Limpo

O grupo dos sonhos, dos projetos e da esperança

O sempre engajado Dinho Oliveira, coordenador do Grupo Cultural Luziense, assessor parlamentar e blogueiro, entre outras coisas, publicou no seu novo blog [Diário Luziense], já devidamente "linkado" no Santa Luzia Online, o excelente artigo que reproduzo, à seguir, na íntegra:

Lembro de uma fase de minha juventude em que eu acreditava que o partido político de um grupo cultural ao qual eu e meus irmãos também jovens fazíamos parte, poderia mudar o mundo, sobre tudo, Santa Luzia do Pará.

Bastantes envolvidos pelo ideal defendido por nossos líderes da época que pregava moralidade, justiça social e as mudanças necessárias para que tudo isso acontecesse, nos víamos felizes e cheios de esperança, incrédulos de que estávamos errados na nossa luta.

Diante de alguma resistência imposta a nós pelos governantes municipais da época e por falta de oportunidades, eu e um de meus irmãos mais velhos, nos vimos obrigados a buscar melhoras na Capital Belém, local na qual vivi a maior parte de minha vida adulta até o final do ano de 2008. Até hoje, a ação de deixar Santa Luzia em busca de melhoras na Capital Belém e em outras cidades é executada por muitos luzienses que não encontram as devidas oportunidades em nossa cidade.

Lembro de muitas realizações quando estive no grupo dos sonhos, dos projetos e da esperança; realizávamos muitos e interessantes protestos, grandes eventos culturais, sendo que um deles, o Canto da Terra, se tornou a principal identidade cultural luziense, durante os anos que existiu.

Desde 2004, os membros daquele grupo são os gestores da administração pública municipal luziense. Conseguiram conquistar tal feito diante de muita luta no convencimento de que eles eram a grande oportunidade de mudança e conseqüente melhora para Santa Luzia do Pará, conseguindo assim o maior número de alianças do período.

Começaram muito bem; empolgados pela árdua conquista, puseram-se a reformar escolas municipais, ramais e estradas, conquistaram mais pavimentação asfáltica às vias urbanas luzienses, construíram o calçadão de todos, instalaram os mini-postos de saúde nos bairros, e iniciaram várias construções que iriam desenvolver de fato Santa Luzia do Pará.

Hoje..., o Canto da Terra já não existe mais, fora substituído pela Exposalp – Exposição Agropecuária de Santa Luzia do Pará que ao que tudo indica não acontecerá neste ano, e as muitas construções iniciadas e nunca concluídas, que dariam a eles a possibilidade de permanecer no governo, elencam um contexto, onde todos os projetos defendidos pelo grupo dos sonhos deixaram de ser prioridade. Está por surgir um governo onde não exista a corrupção, que a meu ver é o maior e o mais prejudicial dos males humanos. Concordo com esta afirmativa, mas discordo dos líderes que a deixam tomar conta dos seus governos.

Observo os graves desentendimentos entre alguns membros que outrora compunham a base do atual governo municipal, levando alguns de seus grandes nomes a abandonar a já falida aliança que possibilitou ao grupo dos sonhos, a conquista do atual poder público municipal.

Os que não fazem mais parte do governo acusam-no de não ter-lhes dado a devida atenção e valor, além de cometer os maiores desvios de recursos públicos da história santaluziense.

Atualmente seis dos nove vereadores luzienses movem um processo contra o atual Prefeito Municipal, buscando o julgamento de denúncias sobre fraudes milionárias cometidas por ele, em ações político-administrativas. Tive contato com o processo e fiquei impressionado com a quantidade de recursos desviados e com as provas reais da ação.

Mas até agora o que mais me impressiona é o fato do acusado ter se negado a receber os documentos da denúncia contra ele, obrigando os vereadores a notificá-lo via editais de notificação, publicados no Diário Oficial do Estado. E mais; até agora nenhuma defesa foi prestada com relação aos documentos indicadores das fraudes, mas há enorme investimento por parte de sua defesa, no “ganho de tempo”.

Enfim, seria mais fácil, mais “barato” e correto, se ele ou a sua defesa apresentassem elementos comprobatórios de que aqueles crimes não aconteceram, que não houve qualquer irregularidade. Mas até agora, não é o que está acontecendo.

Toda essa situação repleta de conflitos e irregularidades político-administrativas, jamais imaginada por quem apoiou ou ainda apóia o atual governo municipal luziense, me faz lembrar os tempos do Grupo Raízes Culturais, do Canto da Terra, com suas aberturas realizadas por dezenas de jovens, com seus palcos de madeira e sua árdua construção, também das barracas decoradas com saquinhos de picolé cheios de Q-Suco de várias cores..., é..., bons tempos aqueles.

Eu, meu irmão Silvio e os demais jovens talentos da época.
A Abertura do Canto da Terra era o principal evento cultural dos 1º semestres
e mobilizavam dezenas de jovens. Em uma ocasião o grupo de jovens envolvidos
era grande demais para o palco e aconteceu no centro da praça da Igreja Matriz.

E hoje, mesmo sabendo que tudo aquilo nada mais era que uma manobra muito bem articulada, que nunca houve de fato um projeto político e que se houve, foi esquecido ou suprimido por interesses particulares, ainda assim sinto saudades que logo sedem espaço a um forte lamento que provoca a aquisição de uma grande lição:

- Na política, não há espaço para pessoas com pouca ou nenhuma instrução, e quando acontece, estas pessoas são facilmente manipuladas, nem tanto por seus adversários mais principalmente por seus aliados e até por seus familiares, e os sonhos, os projetos e a esperança deixam de existir.

Dinho Oliveira

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