A Informação Passada a Limpo

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Sem vacinas, professores da rede estadual decretam greve sanitária

Três dias após o retorno das aulas presenciais nas escolas estaduais do Pará, trabalhadores da educação decidiram por uma greve sanitária, com retorno à modalidade virtual a partir desta segunda-feira, 09. A principal reclamação é de que apenas 3% da categoria foi imunizada com as duas doses da vacina contra a covid-19. Segundo eles, são trabalhadores com comorbidades que estão em teletrabalho por conta da pandemia.

As aulas presenciais retornaram na semana passada, de forma gradual, segundo plano apresentado pelo governo do estado. Mas os trabalhadores decidiram suspendê-las. "A greve é sanitária porque prevê o teletrabalho. Suspende a presença, mas mantém as aulas por meio virtual", explica a coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará, Sílvia Letícia da Luz.

Segundo dados do sindicato, o estado possui 23 mil professores, e apenas cerca de 3% deles foram completamente imunizados com as duas doses de vacinas contra a covid-19. "Não temos um levantamento, mas temos casos de colegas que pegaram covid-19, depois da primeira dose. No ano passado perdemos mais de duzentos para a doença".

A coordenadora explica que a previsão de imunização completa é até a primeira quinzena de setembro e que os trabalhadores só pretendem voltar às salas de aula depois disso. "Se fizermos uma conta, um professor que trabalha em mais de uma escola e entra em três ou quatro salas, com dez alunos cada, por turno, o risco é alto", explica a coordenadora do sindicato.

Outra reclamação é quanto à falta de estrutura adequada para garantir a segurança sanitária nas unidades de ensino. "Tem salas sem janelas porque era usado ar condicionado, sem a menor ventilação e sem instalação de ventilador. Outras, sem a menor estrutura para garantir o distanciamento. Em algumas escolas, não tem termômetro, nem tapetes sanitizantes".

O sindicato também alega o risco com relação à variante Delta e o retorno das férias escolares. "Queremos a garantia de obras de reestruturação dos espaços, protocolos sanitários, o prazo para a imunização completa até para avaliarmos como vai estar o número de casos da doença, depois da imunização dos profissionais".

Em nota, a Secretaria de Estado de Educação do Pará informou que continuará com as aulas presenciais na rede pública estadual, conforme o Plano de Retomada, aprovado por unanimidade pelo Conselho Estadual de Educação.

O órgão reiterou que a decisão pelo retorno está em consonância com estudos científicos e dentro dos rígidos parâmetros estabelecidos pelos órgãos de saúde pública, adotando as medidas cabíveis e todos os protocolos de biossegurança.

Ainda segundo a secretaria, as unidades escolares que não estão adequadas para o retorno presencial seguirão com as atividades remotas com o intuito de resguardar a saúde de toda a comunidade escolar paraense.

Do Portal de notícias UOL

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