A periferia e seus problemas
Até pouco tempo os limites do espaço urbano da cidade de Santa Luzia do Pará eram limitados a pouco mais de 150 metros de cada lado da rodovia federal [Br-316] e havia uma clara percepção e divisão daquilo que se chamava Km-47 e Km- 48, evidenciando que a cidade ainda tinha uma malha urbana e uma população bastante reduzida se comparada com a realidade que hoje vemos.
Embora não tenha havido um ciclo de desenvolvimento que possa justifica-lo, o fato é que a cidade cresceu e cresceu de forma assustadoramente desordenada, sem que houvesse qualquer tipo de planejamento a fim de dotar o espaço urbano de serviços e equipamentos capazes de prover a população de tudo aquilo que ela precisa para ter uma qualidade de vida melhor. Durante esse período surgiram diversas “invasões”em diferentes pontos da cidade, rodeada por pequenas e médias fazendas que de certa forma asfixiavam o seu crescimento. Uma gleba de terras razoavelmente grande pertencente a fazenda Boa esperança foi invadida e deu origem ao chamado Bairro Novo e ao Bairro do Natolândia, abrigando milhares de pessoas de baixa renda que receberam seus lotes pra construírem suas moradias.
Algum tempo depois surgiram novos espaços periféricos, “invasões” e loteamentos que ampliaram ainda mais a expansão do sítio urbano de Santa Luzia. Assim surgiu o bairro do Mororó e o bairro São Francisco que se encontram em fase de consolidação com algumas ruas asfaltadas e iluminadas, faltando, porém, outros serviços básicos como educação, saúde, saneamento e segurança pública. Quando imaginávamos que a questão da moradia já estava solucionada e todos os moradores contemplados com seus lotes, uma nova “invasão” aconteceu. Desta vez o espaço escolhido foi as terras de propriedade do Sr. Heleno e da dona Mercês.
Objetivando a conquista da moradia pra população carente, mas atendendo também interesses políticos e especulativos, algumas lideranças mobilizaram pessoas carentes e incentivaram a ocupação da área que agora se chama Bairro da paz. Sabemos e defendemos a importância de um lote pra uma família carente que sonha em construir a sua residência, o seu lar, o local pra criar seus filhos. Porém, o crescimento urbano desordenado gera outros problemas que precisam ser discutidos pela sociedade e pelo poder público. Não é só de um lote de terra em uma “invasão” que o cidadão precisa. Há outras necessidades que só serão conquistadas com a ajuda poder público em parceria com a sociedade e suas formas de pressão e representação [ongs, associação de moradores, igreja...].
A inércia têm contribuído para que esses espaços periféricos e seus moradores paguem um preço muito alto e muitas vezes de consequências irreversíveis. A precariedade desses espaços é evidente e coloca em risco as condições de vida de milhares de famílias que vivem lá. Não Por acaso, o tráfico de drogas e a violência tem encontrado nesses locais um grande palco para as suas ações. A falta de iluminação, de policiamento, o desemprego elevado e outros fatores igualmente importantes contribuem para que haja a proliferação de bocas de fumo, bares clandestinos e espaços de prostituição. Não por acaso, também é nesses locais que têm ocorrido um número alarmante de homicídios, chacinas, roubos e outros delitos.
Não queremos que a cidade cresça só para que oportunistas ganhem alguns dinheiro vendendo lotes urbanos. Não queremos que a cidade cresça só pra que políticos oportunistas possam obter votos doando telhas, tijolos, areia e outros gêneros. Não queremos que a cidade cresça para que parte de seus filhos se tornem viciados ou vítimas da violência e da prostituição. O crescimento positivo ocorre quando seus habitantes possam ter oportunidades e possam se tornar sócios do que está dando certo. No lugar dos favores, a escola, o posto de saúde, o policiamento, o saneamento, a iluminação pública, o asfaltamento...
São conquistas como essas que tornam o homem livre e verdadeiramente cidadão.
Jorge Daniel
[Professor especialista em Gestão Ambiental]
Embora não tenha havido um ciclo de desenvolvimento que possa justifica-lo, o fato é que a cidade cresceu e cresceu de forma assustadoramente desordenada, sem que houvesse qualquer tipo de planejamento a fim de dotar o espaço urbano de serviços e equipamentos capazes de prover a população de tudo aquilo que ela precisa para ter uma qualidade de vida melhor. Durante esse período surgiram diversas “invasões”em diferentes pontos da cidade, rodeada por pequenas e médias fazendas que de certa forma asfixiavam o seu crescimento. Uma gleba de terras razoavelmente grande pertencente a fazenda Boa esperança foi invadida e deu origem ao chamado Bairro Novo e ao Bairro do Natolândia, abrigando milhares de pessoas de baixa renda que receberam seus lotes pra construírem suas moradias.
Algum tempo depois surgiram novos espaços periféricos, “invasões” e loteamentos que ampliaram ainda mais a expansão do sítio urbano de Santa Luzia. Assim surgiu o bairro do Mororó e o bairro São Francisco que se encontram em fase de consolidação com algumas ruas asfaltadas e iluminadas, faltando, porém, outros serviços básicos como educação, saúde, saneamento e segurança pública. Quando imaginávamos que a questão da moradia já estava solucionada e todos os moradores contemplados com seus lotes, uma nova “invasão” aconteceu. Desta vez o espaço escolhido foi as terras de propriedade do Sr. Heleno e da dona Mercês.
Objetivando a conquista da moradia pra população carente, mas atendendo também interesses políticos e especulativos, algumas lideranças mobilizaram pessoas carentes e incentivaram a ocupação da área que agora se chama Bairro da paz. Sabemos e defendemos a importância de um lote pra uma família carente que sonha em construir a sua residência, o seu lar, o local pra criar seus filhos. Porém, o crescimento urbano desordenado gera outros problemas que precisam ser discutidos pela sociedade e pelo poder público. Não é só de um lote de terra em uma “invasão” que o cidadão precisa. Há outras necessidades que só serão conquistadas com a ajuda poder público em parceria com a sociedade e suas formas de pressão e representação [ongs, associação de moradores, igreja...].
A inércia têm contribuído para que esses espaços periféricos e seus moradores paguem um preço muito alto e muitas vezes de consequências irreversíveis. A precariedade desses espaços é evidente e coloca em risco as condições de vida de milhares de famílias que vivem lá. Não Por acaso, o tráfico de drogas e a violência tem encontrado nesses locais um grande palco para as suas ações. A falta de iluminação, de policiamento, o desemprego elevado e outros fatores igualmente importantes contribuem para que haja a proliferação de bocas de fumo, bares clandestinos e espaços de prostituição. Não por acaso, também é nesses locais que têm ocorrido um número alarmante de homicídios, chacinas, roubos e outros delitos.
Não queremos que a cidade cresça só para que oportunistas ganhem alguns dinheiro vendendo lotes urbanos. Não queremos que a cidade cresça só pra que políticos oportunistas possam obter votos doando telhas, tijolos, areia e outros gêneros. Não queremos que a cidade cresça para que parte de seus filhos se tornem viciados ou vítimas da violência e da prostituição. O crescimento positivo ocorre quando seus habitantes possam ter oportunidades e possam se tornar sócios do que está dando certo. No lugar dos favores, a escola, o posto de saúde, o policiamento, o saneamento, a iluminação pública, o asfaltamento...
São conquistas como essas que tornam o homem livre e verdadeiramente cidadão.
Jorge Daniel
[Professor especialista em Gestão Ambiental]
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