A Informação Passada a Limpo

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Velho Chico - enfim uma novela de qualidade na tela da Globo


Neste país culturalmente empobrecido, "funkizado" e inconsequente, voltamos aos conflitos e belezas dos anos 1960. Aqueles anos de um espetacular desabrochar da cultura brasileira na música, no teatro, no cinema, na literatura e nas artes em geral.

Ver Tarcísio Meira no papel de um personagem de Gabriel García Márquez, como o patriarca de Macondo, a cidade imaginária do colombiano ganhador do Nobel de Literatura [1982] foi demais. Um Tarcísio Meira em terno de linho branco e amassado, na pele de um coronel do velho Brasil rural, com um frango debaixo do braço esquerdo, balbuciando [e morrendo espetacularmente, como um dom Corleone], foi a nota clássica dessa produção que há de nos resgatar.

Estamos cansados da trama barata, das favelas cenográficas que não existem, dos amores vulgares. Queremos justamente o que vimos no primeiro capítulo de o Velho Chico. Um Brasil de verdade, ambientado em um tempo atemporal [e já esquecido], quando nos debatíamos entre dois brasis: um moderno querendo acordar e outro feudal, resquício do colonialismo e da escravidão, coisa que durou séculos na terra tupiniquim.

Velho Chico tem tudo para calar qualquer imbecil que disser algo do tipo "televisão só faz porcaria". Mentira! Hoje, a televisão mundial exibe o melhor da cinematografia, como já disse o mestre Martin Scorsese.

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