Palacete Augusto Corrêa, prédio histórico no centro de Bragança, não resiste ao descaso e desaba na noite desta segunda-feira
O Palacete Augusto Corrêa, antiga sede da Prefeitura de Bragança, desabou na noite desta segunda-feira [21] após anos de abandono e descaso por parte das autoridades com um dos prédios mais imponentes da cidade. O prédio histórico ficava na praça Antônio Pereira, ao lado do Hospital das Clínica de Bragança, e estava interditado desde 2015 após vistoria e inspeção feita pelo Corpo de Bombeiros que detectaram o péssimo estado de conservação do imóvel do início do século XX.
Uma equipe do Demutran fez o isolamento da área na noite desta segunda-feira após vizinhos denunciarem que estalos vindos do prédio foram ouvidos durante a madrugada, e até um alerta foi feito por um perfil no Facebook.
Moradores denunciam que, desde as chuvas da semana passada, que alagaram a cidade, vários prédios do centro histórico, que abriga um dos mais importantes acervos de casarios coloniais do nordeste do estado, estão sofrendo com a ação do tempo e correm o mesmo risco de desabamento.
Uma nota publicada pela prefeitura de Bragança às 18 h desta segunda-feira, antes do prédio desabar, o órgão afirma que, em uma avaliação visual prévia, foram detectadas algumas fissuras na fachada do prédio e nenhuma fissura ou ameaça nas paredes laterais, não tendo problemas estruturais comprometedores.
A nota diz ainda: “antes de um levantamento mais detalhado, supõe-se que a situação foi agravada por conta de algum problema no telhado que pode estar jogando as águas pluviais nas paredes frontais. A prefeitura já solicitou o levantamento e avaliação técnica da questão estrutural através de um engenheiro de cálculo e estrutural especialista em prédios históricos, perícias do IML [Instituto Médico Legal], Corpo de Bombeiros, acionou as Defesa Civil estadual e municipal e Demutran para as providências que serão tomadas para resguardar o imóvel e sua importância para o conjunto do Patrimônio Cultural da cidade”.
Segundo a prefeitura, o convênio para restauração do prédio foi assinado em fevereiro de 2018, com cláusula suspensiva, ou seja, está aguardando as adequações no projeto arquitetônico e nos projetos complementares para remessa à análise técnica da Caixa Econômica Federal.
Segundo a nota, os recursos empenhados para o restauro do Palacete Augusto Corrêa viriam de emendas parlamentares - de autoria da deputada federal Simone Morgado, ainda em 2015 - com uma contrapartida da prefeitura amplamente divulgadas, e só seriam liberados após a aprovação desses projetos e seus anexos.
“Só assim, com embasamento técnico e ausência de nenhuma pendência poderá ser aprovada e executada a licitação para início efetivo das obras de reforma do imóvel. A Prefeitura Municipal de Bragança está tomando as medidas necessárias para resguardar a integridade do prédio, proteção de sua estrutura e procedendo à análise do impacto das águas pluviais no imóvel. Da mesma forma, os gestores municipais e toda a sociedade civil organizada que se juntou em torno da causa do Palacete Augusto Corrêa reafirmam todo o valor histórico e cultural do imóvel e de sua trajetória na recente história de nossa quadricentenária cidade”, finaliza a nota.
Tarde demais: a nota da prefeitura de nada adiantou e um do principais patrimônios arquitetônicos da histórica cidade de Bragança não resistiu à ação do tempo e a inércia do poder público e veio abaixo soterrando anos de história revoltando a população que lamenta profundamente o ocorrido com uma enxurrada de pôsteres nas redes sociais.
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Uma equipe do Demutran fez o isolamento da área na noite desta segunda-feira após vizinhos denunciarem que estalos vindos do prédio foram ouvidos durante a madrugada, e até um alerta foi feito por um perfil no Facebook.
Moradores denunciam que, desde as chuvas da semana passada, que alagaram a cidade, vários prédios do centro histórico, que abriga um dos mais importantes acervos de casarios coloniais do nordeste do estado, estão sofrendo com a ação do tempo e correm o mesmo risco de desabamento.
Uma nota publicada pela prefeitura de Bragança às 18 h desta segunda-feira, antes do prédio desabar, o órgão afirma que, em uma avaliação visual prévia, foram detectadas algumas fissuras na fachada do prédio e nenhuma fissura ou ameaça nas paredes laterais, não tendo problemas estruturais comprometedores.
A nota diz ainda: “antes de um levantamento mais detalhado, supõe-se que a situação foi agravada por conta de algum problema no telhado que pode estar jogando as águas pluviais nas paredes frontais. A prefeitura já solicitou o levantamento e avaliação técnica da questão estrutural através de um engenheiro de cálculo e estrutural especialista em prédios históricos, perícias do IML [Instituto Médico Legal], Corpo de Bombeiros, acionou as Defesa Civil estadual e municipal e Demutran para as providências que serão tomadas para resguardar o imóvel e sua importância para o conjunto do Patrimônio Cultural da cidade”.
Segundo a prefeitura, o convênio para restauração do prédio foi assinado em fevereiro de 2018, com cláusula suspensiva, ou seja, está aguardando as adequações no projeto arquitetônico e nos projetos complementares para remessa à análise técnica da Caixa Econômica Federal.
Segundo a nota, os recursos empenhados para o restauro do Palacete Augusto Corrêa viriam de emendas parlamentares - de autoria da deputada federal Simone Morgado, ainda em 2015 - com uma contrapartida da prefeitura amplamente divulgadas, e só seriam liberados após a aprovação desses projetos e seus anexos.
“Só assim, com embasamento técnico e ausência de nenhuma pendência poderá ser aprovada e executada a licitação para início efetivo das obras de reforma do imóvel. A Prefeitura Municipal de Bragança está tomando as medidas necessárias para resguardar a integridade do prédio, proteção de sua estrutura e procedendo à análise do impacto das águas pluviais no imóvel. Da mesma forma, os gestores municipais e toda a sociedade civil organizada que se juntou em torno da causa do Palacete Augusto Corrêa reafirmam todo o valor histórico e cultural do imóvel e de sua trajetória na recente história de nossa quadricentenária cidade”, finaliza a nota.
Tarde demais: a nota da prefeitura de nada adiantou e um do principais patrimônios arquitetônicos da histórica cidade de Bragança não resistiu à ação do tempo e a inércia do poder público e veio abaixo soterrando anos de história revoltando a população que lamenta profundamente o ocorrido com uma enxurrada de pôsteres nas redes sociais.
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Um comentário:
Luiza Mello É preciso fazer justiça a quem de direito. Sou correspondente do Diário do Pará aqui em Brasília há quase 10 anos. Estamos todos por aqui entristecidos e com um sentimento misto de revolta e impotência por lutarmos uma luta que se mostrou em vão. Após a chegada da deputada bragantina Simone Morgado à Câmara dos Deputados, em 2015, tivemos a oportunidade de conhecer a beleza histórica e arquitetônica de Bragança. Em meio à cobertura política que sempre fiz, pude também falar, nas páginas do Diário do Pará, da luta pela preservação do patrimônio bragantino. Acompanhei inúmeras idas e vindas dela e do senador Jader Barbalho ao Ministério da Cultura, ao Iphan, à Casa Civil da Presidência da República, etc, em busca de recursos para a recuperação do Palacete Augusto Corrêa. Acompanhei a indicação de emendas parlamentares no valor de R$ 2 milhões (1 milhão do senador Jader e 1 milhão da deputada) e outros 260 mil do senador, para serem usados na restauração, feita em 2017. A razão de somente terem sido feitas indicações nesta data é por que estava em processo de elaboração um projeto de restauração cuja licitação foi realizada pelo Iphan e que iria definir o volume necessário de recursos. Esse projeto de restauração foi aprovado pela Caixa Econômica Federal no dia 4 de maio do ano passado, ou seja, a Prefeitura teve tempo suficiente para preparar o projeto de engenharia até o momento do empenho do recurso, o que, infelizmente não aconteceu. Ou seja, tinha o dinheiro mas não tinha o projeto de engenharia, que só poderia ser feito pela prefeitura. Infelizmente a chuva foi mais rápida. Estamos todos aqui em Brasília - eu, por parte do Diário e os técnicos dos gabinetes do senador Jader Barbalho e da deputada Simone Morgado - vivendo uma profunda tristeza e solidários à tristeza do povo bragantino.
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